quinta-feira, 19 de abril de 2012

Monteiro Lobato, em verso e prosa



Ontem, 18 de abril, foi comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, em homenagem ao escritor Monteiro Lobato que nasceu em Taubaté-SP, nesta data, e escrever 17 livros para o público infantil e outras 17 para o público adulto. Eu nasci em 1948, dia 18 de janeiro. Ele morreu neste mesmo ano, em 4 de julho.

Recentemente, alguém que não deve ter o que fazer, do grupo daqueles que insistem no “politicamente correto” para tudo, sob sua ótica míope, levantou a insinuação de que Lobato seria racista. Do mesmo time andaram questionando definições de palavras como “cigano”. Nos dois casos a Revista Veja publicou cartas, como uma minha, mostrando a importância de Lobato para muitas gerações de leitores e Lia Luft, em belíssima crônica publicada por esta revista que tem uma tiragem superior a 1 milhão e 200 mil exemplares semanais, onde sugeria a esses “puristas” hodiernos que se rasgassem os dicionários.

Monteiro Lobato, seja como escritor, seja como defensor das causas nacionais, como o petróleo, merece mesmo é ser homenageado e continuar sendo um dos escritores mais lidos do Brasil. Conheça um pouco sobre a vida de Monteiro Lobato, em verso e prosa, como segue.

Sobre ele, o poeta Arievaldo Viana, do blog www.acordacordel.blogspot.com, escreveu, em 2007, estes versos que, tomamos a liberdade de reproduzir aqui, com as devidas ilustrações nesta homenagem ao grande escritor paulista.

Nessa data tão marcante
Dia 18 de abril
Todo o Brasil comemora
Dia do Livro Infantil
Pois nesse dia tão grato
Nasceu Monteiro Lobato
Grande escritor do Brasil.

José Monteiro Lobato
Nasceu lá em Taubaté
No Vale do Paraíba
Onde viceja o café
Foi um garoto eloqüente
Travesso e inteligente,
Tornou-se um homem de fé.

Fé na cultura e na força
Dessa pátria brasileira,
E fez da Literatura
Sua paixão verdadeira
Para a criança escreveu
E o Brasil conheceu
Uma obra de primeira.

Tia Anastácia, Visconde,
Dona Benta e Narizinho
Emília, Tio Barnabé,
Cuca, Saci e Pedrinho
São personagens amados
Que sempre serão lembrados
Com gratidão e carinho.

Os seus livros infantis
Têm mais graça e poesia
Falam de história, gramática,
Ciência e astronomia
No meio das brincadeiras
Há lições bem verdadeiras
De pura filosofia.

Dizia que um país
Para ser grande nação
Se faz com homens e livros
Eis uma sábia lição
E que a nossa criança
Para ter mais esperança
Precisa de EDUCAÇÃO.

Com grande programação
Todo o Brasil reconhece
O valor desse escritor
Que todo o Brasil conhece
Devido ao Sítio, tão belo,
Do Pica-Pau Amarelo
Que a todos nós enternece.

Fez “O Poço do Visconde”
“Reinações de Narizinho”
“As Memórias da Emília”
“As caçadas de Pedrinho...”
Em campanhas resolutas
Abraçou algumas lutas
Ao longo de seu caminho.

A exploração do petróleo
Foi sua grande bandeira
E às vezes atrapalhava
Sua brilhante carreira
De escritor consagrado,
Mas deixou grande legado
Para a pátria brasileira. (...)


MONTEIRO LOBATO

O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos, José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP). Cresceu numa fazenda, se formou em direito sem nenhum entusiasmo, já que sempre quis ser pintor! Desenhava bem!

Quando estudante, participou do grupo "O Cenáculo" e entre risadas e leituras insaciáveis, escreveu crônicas e artigos irreverentes.

- Em 1907 foi para Areias como promotor público, casou com Maria Pureza com quem teve três filhos. Entediado com a vida numa cidade pequena, escreveu prefácios, fez traduções, mudou para a fazenda Buquira, tentou modernizar a lavoura arcaica, criou o polêmico "Jeca Tatu", fez uma imensa e acalentada pesquisa sobre o SACI publicada no Jornal O Estado de São Paulo. -

Em 1918 lançou, com sucesso, seu primeiro livro de contos URUPÊS. Fundou a Editora Monteiro Lobato & Cia, melhorando a qualidade gráfica vigente, lançando autores inéditos e chegando à falência.

- Em 1920 lançou A MENINA DO NARIZ ARREBITADO, com desenhos e capa de Voltolino, conseguindo sua adoção em escolas e uma edição recorde de 50.000 exemplares. - Fundou a Cia Editora Nacional no Rio de Janeiro.

Convidado pra ser adido comercial em New York ficou lá por 4 anos (de 1927 a 1931) fascinado por Henry Ford, pela metalurgia e petróleo. Perdeu todo seu dinheiro no crash da bolsa.

- Voltou para o Brasil, se jogou na Campanha do Petróleo, fazendo conferências, enviando cartas, conscientizando o país inteiro da importância do óleo. Percebeu, então, o quanto era conhecido e popular. Foi preso! Alternou entusiasmo e depressão com o Brasil.

- Participou da Editora Brasiliense, morou em Buenos Aires, foi simpatizante comunista, escreveu para crianças ininterruptamente e com sucesso estrondoso, traduziu muito e teve suas obras traduzidas. - Morreu em 4 de julho de 1948 dum acidente vascular.

- Suas obras completas são constituídas por 17 volumes dirigidos às crianças e 17 para adultos englobando contos, ensaios, artigos e correspondência.

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